quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Hoje

Só a solidão é solitária e feminina - João Luiz Costa


Eu me agigantei em vermelho para lhe ver diminuído em violeta.



Hoje

Hoje quero você para a janta;
ossos finos, boca carnuda,
me desnuda só com o olhar.

Sua passagem é sinônimo de rosas
espalhadas sobre corpo macio.
Teus seios, a mostra,
tua virgindade pronta a me inundar.

Hoje espero que não termine;
queixo fino, pernas finas,
me espremem ao comichão.

A lembrança de corpo com corpo
em abraço que imita sexo.
A passagem perfumada,
o silêncio da compreensão.

Hoje não lhe tenho;
fala macia, seios fartos,
hipnose suculenta ainda ausente.

Não há gritaria que me desvie
da clareza de teu silêncio.
Teu sorriso de canto, de leito,
essa distração indecente.

Logo hoje, que amanheci saudade,
você ainda não veio.


_Fabrício de Queiroz Venâncio