Calma. Só mais um verão.
Estações
A minha saudade tem sermões fictícios;
liga pela manhã e me espera à tarde.
Durante a noite estou encolhido.
Partiu com a ansiedade engolida;
eu com duas cervejas,
você se fazendo de tímida.
Sentou-se numa primavera quente,
deixou dois beijos na bochecha
e rodou um filme sobre horas vagas.
Ainda só no verão te espero;
todo quente, vocifero desejos
e beijo cangotes à toa.
No outono esqueço entre saias,
no inverno me agasalho em vapores pueris.
Na primavera estou mansinho.
Alguns retratos e tudo desmorona:
a foto é o carma da paixão
e o meu coração não é de confiança.
_Fabrício de Queiroz Venâncio