Os mentirosos - João Luiz Costa
O meu descanso aguarda o seu consenso.
Fadiga
Eu me cansei das manhãs,
do hálito de cerveja,
dos seios passageiros
e dos seixos em minha janela.
Cansei do sexo fácil,
das noites frias,
do olhar incômodo dos vizinhos
e da porta aberta.
Eu me cansei de tudo,
das navalhas,
das narinas,
dos vestidos rosas
e dos ambientes coloridos:
dos sorrisos fáceis.
Eu me cansei do vazio,
do cheio,
dos aromas e odores,
das brisas e furacões
e da saudade passageira.
Cansei do inusitado,
das armadilhas,
do fogo
e do esperado:
das mentiras.
Cansei do amor
e lhe fiz um bolo de cansaço.
Servi uma taça de fadiga
e brindei à fraqueza,
ao marasmo.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Prontidão
Quatro anos de blog.
Quatro anos de solidão e rompimentos, flores cheias e folhas secas: esmaguei todas sem me dar conta das estações.
Prontidão
Entre nós o que ficou foi o silêncio,
abafado pelas horas de gozo.
Ficou um deserto de prazeres apagados
e coitos vencidos pelo cochilo.
Entre nós o que restou foi uma piedade faminta,
devora-se e nos confunde com esse amor.
Restou a ausência recíproca das manhãs
e uma longa vigília de ingratidão e choro.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
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