
Na TV passava um filme que queria assistir fazia tempo, o Forrest Gump. Estava na cena em que ele é deixado pela Jenny e começa a correr. Desliguei a TV logo quando ele decide parar e voltar para a casa, queria assistir aquele filme completo.
Hoje assisti Forrest Gump e me dei conta que se passaram onze anos desde aquele dia que desliguei a TV. Entendi porque ele começou a correr e porque parou. Chorei em algumas cenas. Onze anos atrás, não teria chorado.
Corrida
Ainda corro e o asfalto é quente;
maçãs maduras, deserto fino.
Esta noite a chuva é caprichosa
e me deixa um aperto no coração.
Esta noite não vai passar enquanto for silêncio,
enquanto continuar vivendo for um frio gostoso
vindo do mar - mensageiro de olhos castanhos.
Castanhos também são os seus olhos,
e os meus - cruzando-se pela madrugada,
enfrentando-se sobre lençóis com o odor
das uvas que roubei de terras vizinhas.
Por trás de máscaras amarelas de carnaval
nos encaramos - corra, não deixe eu te pegar:
meu abraço é perigoso demais para os teus ossinhos.
Ainda corro sobre azulejos cinzentos
e meus pés estão machucados.
Queria mesmo que fosse vôo
alçado em terras castanhas,
ou que você viesse na longa espera da madrugada.
Um cheiro de cravo traz esperança,
o mesmo vento de ondas a retira.
Queria mesmo correr até morrer,
mas o mar está no caminho.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
Hoje assisti Forrest Gump e me dei conta que se passaram onze anos desde aquele dia que desliguei a TV. Entendi porque ele começou a correr e porque parou. Chorei em algumas cenas. Onze anos atrás, não teria chorado.
Corrida
Ainda corro e o asfalto é quente;
maçãs maduras, deserto fino.
Esta noite a chuva é caprichosa
e me deixa um aperto no coração.
Esta noite não vai passar enquanto for silêncio,
enquanto continuar vivendo for um frio gostoso
vindo do mar - mensageiro de olhos castanhos.
Castanhos também são os seus olhos,
e os meus - cruzando-se pela madrugada,
enfrentando-se sobre lençóis com o odor
das uvas que roubei de terras vizinhas.
Por trás de máscaras amarelas de carnaval
nos encaramos - corra, não deixe eu te pegar:
meu abraço é perigoso demais para os teus ossinhos.
Ainda corro sobre azulejos cinzentos
e meus pés estão machucados.
Queria mesmo que fosse vôo
alçado em terras castanhas,
ou que você viesse na longa espera da madrugada.
Um cheiro de cravo traz esperança,
o mesmo vento de ondas a retira.
Queria mesmo correr até morrer,
mas o mar está no caminho.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
4 Comentários:
Obrigada, Fabrício, pela visita ao meu blog - é muito bom "rever" meu amigo do tempo em que interagíamos nas comunidades do Orkut! Tenho saudade daquele tempo, não só dos amigos, mas também de mim naquele tempo...Pena que o orkut mudou tanto! Saí de lá já faz algum tempo, e também excluí minha comunidade, e parece que excluí também um pedaço de mim...Estranho, não pensei que fosse me sentir desse jeito... Mais uma vez grata pela visita. Um feliz 2012! Abraço.
Ficou a impressão de alguém cansado mas que sempre vai esperar...
Gostei nas imagens mas achei que faltou uma liga que deixasse o poema coeso... As mudanças de cenário, de emoções e de estilo me deixaram um pouco perdida.
Nunca me arrependo de vir aqui, porque tudo o que eu leio acaba tocando meu coração. :*
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