sábado, 9 de junho de 2018

Poema de junho


Silhueta de mulher - Antonio Guimarães Santos


Alguns delineio são distantes demais até para um espírito ansioso.



Poema de junho

Foi na tua silhueta que encontrei resposta 
para os meus mistérios,
enquanto os teus permanecem insolúveis 
por trás das fotografias raras.

Preto e branco é a única tradução que me cabe
dos pequenos recortes de si,
que se avolumam para enriquecer as curvas 
deste imenso espírito.

Palavra é medida pela página em branco das respostas,
onde qualquer atenção é celebrada como um solstício.
Será que é no silêncio que se ofusca
algum tênue véu de mútua admiração?

(Ou será que não nos cabe questionar o espontâneo?)

É na aleatoriedade que reside a magia dos encontros - queria um,
descansar por horas sobre os teus olhos castanhos 
e me pertencer por instantes a este planeta chamado você.

(Fabrício de Queiroz)

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