terça-feira, 5 de maio de 2009

Como caem as pétalas

Nenúfares - Claude Monet


Depois é que conseguimos perceber o quanto era belo aquilo que não apreciamos.



Como caem as pétalas

As flores já murcharam em meu jardim;
Copo-de-leite cedeu à brisa
matutina invernal, penderam
Do cravo ao jasmim.

Girassóis já não brilharão
sob a luz da lua,
Duendes já não esconderão seus potes de ouro
nos findos arco-íris sobre a grama.

Somente a estranha flor permanece de pé
Desafiando este tempo glacial,
Sofrendo e soando sob estes beirais;
Já pálida, esquece-se da fraqueza das pernas.

Transpiram as janelas: faz frio lá fora.
No inverno, a sorte não afunda sementes.
Onde não posso volver a terra com uma colher,
E não posso livrar minhas flores da morte.


_Fabrício de Queiroz Venâncio

5 Comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Gostei bastante.

parabens pelo blog, e pelo poema em especial.

H. Cruz disse...

rs. quase 'sonata de outono'

gostei muito!

ps: colé fabricio, me chamou de 'moça' no comentario que deixou, rs*
mas é MOÇO mesmo. e muito maiusculo! xD

Anônimo disse...

Tão boa quanto os Grandes (poetas).
Acho que você está no caminho certo!
E pessoalmente, (uma poesia de "forma e conteúdo" que eu gosto, de fudê)
Abraços.

Bruna Rocha disse...

Outonamente belo! Me suscitou imagens fortes e singelas.. lindíssimo, moço!

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