quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Entreato

Sem título - Montez Magno



Entreato

Os bodes secos expostos ao Sol,
pastam na grama amarela
- entre a aurora e o crepúsculo.

Prematuro até mesmo para andar,
diminuto, o filhote alimenta a família
- entre a vida e a morte.

O poço só pode ser vigiado,
água é saudade parceira da fome;
- entre o barro e o cansaço,

esperança feito areia entre dedos.


_Fabrício de Queiroz Venâncio

5 Comentários:

Anônimo disse...

Bonito poema sobre um tema delicado.

Obrigada por seu comentário, Fabrício.

Beijo.

Max da Fonseca, disse...

Não, irmão.
Este não é um poema bonito.
Estou farto da beleza em tudo!
Você continua escrevendo muito bem,
mas o adjetivo deste poema é "duro" ou "sofrido" ou "bizarro".

Um abraço

Estou de volta!
Chega!

Rafiki Papio disse...

Eu vejo sol, eu vejo grama

A grama some, eu vejo o chão

O chão some eu vejo um bode magro e uma família de gente magra

Eu vejo o poço, eu vejo um menino do lado do poço

Eu vejo o chão de novo.


É tudo o que eu sei.

Lucas Matos disse...

São por essas e outras que me orgulho de você cara!

Anônimo disse...

really an eye opener for me.

- Robson

Postar um comentário