sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Asilo

A Condição Humana - René Magritte


"Os jovens não sabem o quanto podem e os velhos não podem o quanto sabem." (Saramago)



Asilo

Na estante, a camisa desbotada;
armários, madeira, mofo:
a alergia já tomou conta.

Não se sabe o turno do tempo,
derradeira visita é lembrança falha
no derreter das horas.

A cadeira balança preguiçosa;
corpo, odor, sujeira:
não houve banho esta manhã.

Uma lágrima corre atrevida,
e a criança tropeça nos pés moles
que incomodam a passagem.


_Fabrício de Queiroz Venâncio

4 Comentários:

Anônimo disse...

Nada tem sabor, toda cor embaçada
E por não saber perco o tempo
esqueço o sol e a lua
Poder, não posso nada
Talvez tenha envelhecido,
de olhos fechados
sem olhar o espelho.
Talvez tenha vivido,
com medo da coragem
afogado em pequenas dores
que matam lentamente;
envelhecem o espírito;
sacam a alma;
amolecem o corpo...

Érica Azevedo disse...

A passagem do tempo é algo sutil que deixa marcas profundas, como esse poema, Fabrício.

Anônimo disse...

Novas postagens, quando?!

Caio Rudá de Oliveira disse...

um poema, uma denúncia, um presságio

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