
"Os jovens não sabem o quanto podem e os velhos não podem o quanto sabem." (Saramago)
Asilo
Na estante, a camisa desbotada;
armários, madeira, mofo:
a alergia já tomou conta.
Não se sabe o turno do tempo,
derradeira visita é lembrança falha
no derreter das horas.
A cadeira balança preguiçosa;
corpo, odor, sujeira:
não houve banho esta manhã.
Uma lágrima corre atrevida,
e a criança tropeça nos pés moles
que incomodam a passagem.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
4 Comentários:
Nada tem sabor, toda cor embaçada
E por não saber perco o tempo
esqueço o sol e a lua
Poder, não posso nada
Talvez tenha envelhecido,
de olhos fechados
sem olhar o espelho.
Talvez tenha vivido,
com medo da coragem
afogado em pequenas dores
que matam lentamente;
envelhecem o espírito;
sacam a alma;
amolecem o corpo...
A passagem do tempo é algo sutil que deixa marcas profundas, como esse poema, Fabrício.
Novas postagens, quando?!
um poema, uma denúncia, um presságio
Postar um comentário