
Sede
para Adriana, mesmo que ela não goste
I
Desculpe os sentimentos de papel,
os estranhos momentos de reflexão;
os pensamentos que tive que conter,
(os que tanto tive que maturar);
o que de irrelevante tomo como importante.
Gosto de conversar no escuro
(tendo como música a respiração).
Gosto dos breves olhares trocados
(rápidos, desconfiados e luminosos).
Gosto até quando diz "não gosto".
Há momentos em que prefiro o silêncio,
(te deixando ouvir o som dos meus beijos
em passeio pelo mar).
Prefiro o silêncio e os corpos colados
(o odor no ar de corpos suados).
Prendo-me nas confusões,
(nas palavras que pertenciam ao espelho,
nos abafos constrangidos),
E na mudez que precede o tato:
em teus abraços está o meu alívio.
II
Um dia teremos sede.
E quando tudo já não for o bastante
(desmanchados serão os retratos
esquecidas serão as palavras).
Ficarão na memória alguns sorvos e tragos:
eu café, você cigarro.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
5 Comentários:
Gostei do poema Fabrício! Abraço.
Impressões de desejos torturantes.
Se tomas por importante, quem ousará dizer que não o é!
FAntástico! haha
Só você para soar nostálgico, trágico e romântico!!
A cada leitura, uma nova sensação...desta vez 'euforia'
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