Tristeza do Infinito - Luiz Fernando de Carvalho
Corda
Do bar lhe colocaram pra fora
e é fina a chuva que lhe espera.
Em casa ninguém lhe aguarda,
os vizinhos desistiram de suas
palavras de sabedoria.
Os filhos partiram cedo
nas curvas de uma rodovia
acidentada;
seus amigos lhe aguardam,
os epitáfios sorriem
com suas escrituras
de pranto.
Em casa o bilhete da esposa,
escrito a lápis,
ainda repousa sobre o
criado mudo;
a última garrafa se foi,
e se foram também os sorrisos.
O nó convida do canto
do quarto - a corda descansa.
_Fabrício de Queiroz
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 Comentários:
Eu duvido que o fim amarre as pontas soltas.
Postar um comentário