Mar de sentimentos - Leonid Afremov
À nossa saudade
A nossa saudade transgride os poros,
exaura na perversão da distância
seus odores ainda de ontem,
atinge olhos desacostumados com a ausência.
Calada está a manhã de Terça,
que passa vagarosa na imensidão.
Meus lençóis contam a sua história
e o tempo, eu juro, dilatou-se.
A nossa saudade rompe a carne,
agride o tempo e faz curvar a poesia,
que assiste quieta a memória dos corpos,
que versa triste nossa ansiedade,
que não soube se contentar com o desejo
e derramou-se nesta folha:
sem o teu cheiro,
sem o teu sorriso.
(Fabrício de Queiroz)
sexta-feira, 17 de abril de 2015
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