sexta-feira, 17 de abril de 2015

À nossa saudade

Mar de sentimentos - Leonid Afremov



À nossa saudade

A nossa saudade transgride os poros,
exaura na perversão da distância
seus odores ainda de ontem,
atinge olhos desacostumados com a ausência.

Calada está a manhã de Terça,
que passa vagarosa na imensidão.
Meus lençóis contam a sua história
e o tempo, eu juro, dilatou-se.

A nossa saudade rompe a carne,
agride o tempo e faz curvar a poesia,
que assiste quieta a memória dos corpos,
que versa triste nossa ansiedade,

que não soube se contentar com o desejo
e derramou-se nesta folha:
sem o teu cheiro,
sem o teu sorriso.

(Fabrício de Queiroz)

0 Comentários:

Postar um comentário