segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Versos Sujos

Chuva, vapor e velocidade - Willian Turner


Esse poema carrega uma revolta preguiçosa. Aquela que nos faz ter o mais crítico olhar e as mais atrofiadas mãos.

Um abraço.



Versos sujos


Eu sou verso cabisbaixo

a tortura dos amantes,

sou feio, aloprado e sem sentido.

Torto, miserável,

mendigo.


Sou as estrofes perdidas em latrina,

o mudo de boa língua

e boca costurada.

Mas não escute nenhum dos meus gritos,

vagabundo.


Estou entre os dejetos,

faço parte da urina dos homens,

tenho odores desagradáveis.

Só penso pensamentos malogrados,

maldito.


Estou entre as páginas sujas,

no jornal que publica a fome

e no papel que limpa a bunda.

Estou no lixo, na mão do ladrão,

desperdício.



_Fabrício de Queiroz Venâncio




6 Comentários:

Paula Barros disse...

Por vezes me sinto assim.
Me lembrou momentos obscuros da mente.

abraços

Rafiki Papio disse...

Eu já desisti de pensar num comentário...

Bruna Rocha disse...

Forte! Cheio de imagens marcantes.. adorei!

Desculpa a demora pra passar por aqui, mas é que max me falou tanto de vc que achei que merecia uma aternção mais rebuscada :)


Vim e gostei mt. Valeu pelos comentários lá no blog, e fico feliz que tenha se agradado de alguma coisa, visto que és um grande poeta!

Bjão!

Anônimo disse...

verso do improviso,
da sobra
do cata-lixo.


por vezes me sinto assim...


( te mandei uma msg do meu cel.recebeu?)

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Carvalho disse...

de fuder!(conheci seu blog apartir de um comentario que vi no blog de angelo[liberte-se])

Postar um comentário