
Ainda nem amanheceu e já tem poeira no asfalto, feito velas de aniversário.
23 de Maio
Não sou parte do ciclo
de terras ermas, salgadas.
Vim do gosto do vazio - fumaça,
pura cria do conflito.
Vejo em partes cada dado,
liso em cada face, desenho
da esguia abstração - não ordeno,
apenas lanço cada fato.
Terra do mau ver, de bobinas
corroídas pelo pó do tempo:
resta o medo em cada esquina.
Não posso secar o corpo, em transpiros
salinos para a guerra,
agourentos como o respiro.
_Fabrício de Queiroz Venâncio
2 Comentários:
Como ser nesse ciclo? Eis a questão Fabrício, questionas muito bem.
Abraço.
Muito além de mim, dos meus ciclos espirais.
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