domingo, 13 de novembro de 2011

Liberdade

Na Luxúria, preste atenção - Jan Steen


Sentado por duas horas em uma praça, tomando sorvete e olhando crianças correndo de Kart, conheci a história da vida de três pessoas.

Um pouco mais tarde assisti "Leaves of Grass" e alguns versos de Whitman ficaram em minha cabeça.

Não sei ao certo de onde veio a inspiração. Cuspi esse poema.



Liberdade

"Que pode haver de maior ou menor que um toque?"
(Walt Whitman)


Rompi minha casca de cetim,
a membrana foi embora
na ponta de uma agulha,
rasgou-se em filamentos ímpares
e me vestiu em véu.

Estou livre de uma pele embrutecida,
uma casca morta, uma casca fina.
Peleja que afibrantava o corpo tatuado
tornou-se véu: vou vesti-la e
seduzir com lavagem as minhas porcas.

Vou vesti-la e correr nu pelo campo
com minha seringa em punho,
espalhando meu aroma de resto
e perfurando estas cascas ancestrais.


_Fabrício de Queiroz Venâncio

4 Comentários:

Daniel Farias disse...

fala querido! você e minhas borboletas... hehehe confesso que nesse tive a sua paciência: guardei um bom tempo e depois usei a métrica a meu favor. sempre fico muito feliz com seu olhar atento. saiba que seus preferidos também são os meus. aliás, que beleza ver a mulher e a carne irrigarem ainda mais os seus versos. li vários aqui em sequência. coisa boa demais. forte abraço!

Caio Rudá de Oliveira disse...

não entendi de primeira, confesso. mas tem um apelo estético que me fez gostar dele. coisas da poesia...

André Guerra disse...

e como é bom romper os casulos e as borboletas...

muito bom! intenso!

L. J. Y. disse...

Bem, quer queira quer não, senti um apelo as drogas, que é claro rompem os portões da percepção, gostei do poema, um abraço, Morte! Sou o autor "J" no meu blog...

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